segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mensagem Final

Lembrem-se que toda aprendizagem bem sucedida está associada a uma boa experiência.
Por isso, vamos proporcionar experiências positivas, saudáveis. Sejamos claros e objetivos com os nossos alunos, esbanjemos palavras de gentileza.
Tratemos os nossos alunos com curiosidade e eles dar-nos-ão inúmeras pistas de como desejam ser tratados.

O Adeus ...

Avaliar com Humor!






Comentem à vontade!!!

Reflexão Crítica Final

Partilho de seguida a minha reflexão crítica sobre a acção de Formação “Avaliação das Aprendizagens dos Alunos”, ministrada pelas formadoras Sandra Cardoso, Isabel Lézon e Rosa Carvalho.
Em primeiro lugar, apraz-me dizer que me inscrevi nesta acção de formação pela necessidade de cumprir 50 h de avaliação para este biénio. Depois, porque considero que aquilo que nos move (a nós professores) para realizar acções de formação, para além do factor que evoquei anteriormente, é a expectativa de que esta venha a contribuir positivamente para as nossas práticas pedagógicas e também pela possibilidade de constituir um espaço de partilha de experiências. Acontece que tais expectativas saem quase sempre frustradas, já que, a maioria das acções que frequentamos mais não são do que um debitar de informação teórica, que carece de operacionalização e da qual todos nós já estamos fartos.
Devo dizer que após a minha inscrição pensei seriamente nas horas a fio que teria de passar a frequentar esta acção de formação, realizada em período pós-laboral, logo num horário que deveria estar a dedicar à minha família e pus em questão se esta viria a ser igual a tantas outras, com as quais nada aprendi.
Depois, a questão do tema! Avaliação…
A avaliação tem sido assunto de amplo debate nos meios educacionais, mas cada um conceitua e interpreta esse termo com significados distintos. Sem dúvida, cada um age em nome de uma avaliação de qualidade e defenderá que a sua é uma boa avaliação. Eu, devo dizer que não fugia à regra…portanto, pensei, o que é que eu vou aprender?
Agora, momento no qual reflicto sobre a participação nesta acção, tenho a humildade de assumir que muitos dos conceitos e experiências aqui debatidas se revelaram desafios e questões novas para mim.
Avaliar nunca foi, nem será uma tarefa fácil, mas faço minhas as palavras de Hoffmann (2000), quando diz que “… avaliar é dinamizar oportunidades de acção- reflexão, num acompanhamento permanente do professor e este deve propiciar ao aluno no seu processo de aprendizagem, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos livres e participativos na construção de verdades formuladas e reformuladas”(…). Se avaliar é sinónimo de melhorar, esta melhoria refere-se ao aluno, ao currículo, ao professor e, em definitivo...à ESCOLA.
Esta formação veio de alguma forma alimentar o meu humilde conhecimento na área da Pedagogia numa visão educativa e formativa como espaço de transformação e Inovação. Representa, neste momento, uma linha de orientação, que contribuiu e irá contribuir para uma melhor análise, avaliação, coordenação e orientação das minhas práticas lectivas.
Esta formação permitiu-me também reflectir que um professor deve ser: bom comunicador, observador, reflexivo, humilde, bom ouvinte, paciente, inovador, etc. Provavelmente, serão muito poucos professores que apresentam todas estas características. Na verdade, o ser humano não é perfeito nem o professor é um ser detentor de todo o saber, contudo, considero que a pior atitude da parte de um professor não implica não possuir algumas das características atrás mencionadas, mas sim assumir que ele é o único detentor da verdade.
Considero também que cabe ao professore criar desafios, incentivar o raciocínio dos seus alunos, fazê-los interessar pelo estudo e incutir a acumulação de novos conhecimentos. Tal como diz o provérbio chinês “Se deres um peixe a um homem, ele alimentar-se-á uma vez; se o ensinares a pescar, alimentar-se-á durante toda a vida”.
Um outro factor que também aprendi e que é deveras relevante é a forma como avaliamos os nossos alunos. A tendência, quando avaliamos é dar ênfase àquelas competências que o aluno ainda não adquiriu ou a aspectos em que o aluno falhou. Temos de aprender a dar valor aos nossos alunos, não julgá-los constantemente incutindo neles a frustração, a falta de auto-estima, o desânimo face à aprendizagem. Devemos sim, tentar compreende-los, contornar o problema, encorajá-los e jamais desistir de apoiá-los.
Tal como diz Joseph Joubert, escritor francês “As crianças têm mais necessidade de modelos do que de críticas” ou o escritor alemão von Goethe “Corrigir, ajuda; encorajar, ajuda ainda mais” ou até mesmo de Geraldo Eustáquio: “Tentar e falhar é pelo menos aprender. Não chegar a tentar é sofrer a inestimável perda do que poderia ter sido”.
Na verdade, considero que não existem de facto erros, apenas lições. O crescimento é um processo de tentativas e erros e só experimentando é que realmente aprendemos. As experiências que poderão não dar certo fazem parte do processo de aprendizagem tal como as bem sucedidas.
Acrescente-se que, com esta opinião que agora aqui defendo, não quero dizer que tudo dependa do professor, de maneira alguma! De facto nem sempre o professor encontra do outro lado alunos que estejam em sintonia com as suas visões e anseios. Tenho plena consciência que, de facto existem muitas mentalidades que precisam de ser esculpidas de forma a melhorar a aquisição de conhecimentos. O professor não é o salva vidas da educação, cabe também ao próprio aluno investir no seu Eu, na avaliação do seu próprio conhecimento (auto-conhecimento), processo esse que o ajudará na forma como futuramente enfrentará situações problemáticas da sua vida, não só a nível de aplicação de conhecimentos que foram apreendidos mas também na construção da sua própria personalidade. Apenas considero que o professor assume um papel preponderante na forma como encara o processo de ensino aprendizagem, nos instrumentos que utiliza, na forma como avalia e na forma como deixa transparecer essa avaliação.
Em jeito de conclusão, considero que os objectivos inicialmente previstos foram atingidos ao longo desta formação graças à larga experiência das formadoras, que souberam da forma mais sábia e eloquente motivar-nos para esta temática e colocar-nos a partilhar experiências e opiniões. Os momentos de reflexão, debate e troca de experiências foram, por isso, uma constante e, no entanto, souberam a pouco …

Avaliação Electrónica

A avaliação electrónica, mais não é do que utilizar meios informáticos na avaliação escolar (testes de diagnóstico, exercícios, avaliação sumativa, blog’s, portfolios, webquest’s etc.). Tem como principais objectivos promover a utilização pedagógica das TIC e uniformizar critérios de avaliação e ritmos de aprendizagem.
Nas últimas sessões da nossa acção de formação, mudamo-nos de bagagens para a sala 13 (Informática) e foi a vez de assistirmos a demonstrações e esclarecimentos sobre esta temática. A formadora foi a nossa querida e paciente Rosa Carvalho, que de uma forma eloquente nos foi abrindo janelas para este infindável mundo tecnológico. Mostrou-nos as potencialidades vastíssimas de uma folha de cálculo, como se utiliza um e-portfólio, como se constrói um blog, uma webquest, bem como as utilizações que podemos fazer da nossa ou do nosso (fica ao critério) Moodle.
Ouvimos atentamente ao mesmo tempo que procurávamos acompanhar o ritmo, por vezes, ultra-sónico da formadora aquando da explicação das potencialidades destas ferramentas.
Por isso, atrevo-me a dizer que considerei que esta última parte da nossa formação careceu de mais tempo para que pudéssemos praticar, desenvolver e explorar com mais calma exercícios nestas ferramentas.
Por último, gostaria ainda de frisar que apesar o esforço feito pelo nosso Governo (alguma coisa têm de fazer de bom!) no seu Plano Tecnológico, no sentido de dotar todas as escolas de meios que possibilitem aos professores dinamizar as suas práticas educativas no sentido da era tecnológica, todos nós sabemos que existem muitas escolas onde estes meios se revelam insuficientes, retrógrados e obsoletos, o que dificulta o trabalho destes profissionais.

Metodologia ou Tecnologia



Vale a pena PENSAR nisto, não acham?
De que vale a pena a tecnologia mudar se usamos a mesma metodologia?
Será a Aprendizagem Significativa?

As Novas Tecnologias ao serviço da Educação

“Eu nunca ensino os meus alunos. Somente tento criar condições nas quais eles possam aprender.” Albert Einstein

Esta célecre frase de Einstein deveria ser modelo para cada um de nós, educadores do século XXI. Vivemos numa era de constantes mudanças, de informações rápidas em que o conhecimento chega até nós de uma forma muito mais acelerada do que há alguns tempos atrás.
A educação passa pelas mesmas mudanças da sociedade. São diversas as reestruturações, novas propostas pedagógicas, tudo para fazer com que a educação acompanhe o ritmo da evolução tecnológica. Os nossos alunos, por sua vez, já chegam às escolas submersos pelas informações, pela tecnologia proveniente das média, da internet e dos jogos.
É possível dizer que a tecnologia, nos dias de hoje, é fundamental na educação, porém não podemos esquecer o papel do educador nesse processo. A televisão, a internet, o computador em si, trazem muitas coisas boas, mas também, por outro lado, informações inaproveitáveis e de difícil interpretação.
O papel do educador surge neste aspecto, como facilitador, mediador entre as informações e os alunos, sendo um auxílio para que eles cheguem até o conhecimento científico, ultrapassando o simples senso comum. Como afirma Veiga ( 2001, p.2)“…é preciso evoluir para se progredir, e a utilização da informática desenvolve os conteúdos com uma metodologia alternativa, o que muitas vezes auxilia o processo de aprendizagem. O papel então dos professores não é apenas o de transmitir informações, é o de facilitador, mediador da construção do conhecimento.”
Então, o computador passa a ser o "aliado" do professor na aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de ensinar. Perante este cenário, defendo severamente a utilização da informática e das novas tecnologias como recurso pedagógico, tanto da internet, para a realização de pesquisas orientadas pelo professor e para a comunicação por meio de e-mails, quanto no uso de softwares educacionais de diversos géneros que cada vez mais estão a invadir o nosso mercado.
Saliente-se ainda, que a utilização destas novas tecnologias vão de encontro à própria aprendizagem colaborativa, que abordei no post anterior deste blog. São inúmeras as formas de aprendizagem colaborativa na internet e que podemos utilizar com os nossos alunos. Desde os blog’s, onde os alunos podem trocar ideias entre si, comentar artigos ou imagens; As webquest’s, que constituem um grande exemplo de trabalho para ser feito de forma cooperativa com os alunos, solucionando problemas em grupo.
Igualmente importante é a elaboração de portfólios, uma vez que estes constituem um recurso estimulante para os alunos sobretudo se para a sua construção forem usados meios informáticos. São uma ferramente excelente, já que, para além de evidenciarem as aprendizagens por eles realizadas a uma determinada disciplina ou a um ciclo de estudos, permite-lhes uma auto-regulação do seu percurso escolar. Além disso, é um instrumento que melhora a auto-estima do aluno, no sentido de que as suas aprendizagens se encontram reflectidas ali e podem ser exibidas.
Nas minhas aulas, tento privilegiar sempre a utilização destes meios como uma forma de tornar as aulas mais apelativas, cativantes e dinâmicas. O feedback dado pelos meus alunos dia após dia e nas fichas de auto-avaliação é excelente. São unânimes em considerar que a apreensão de conteúdos se revela muito mais significativa, pois são eles os grandes pivôs das minhas aulas, eu limito-me a conduzi-lôs e orientá-los.

Aprendizagem Colaborativa

Quando ouvi falar em aprendizagem colaborativa, fiquei um pouco pensativa! Mas que modalidade de aprendizagem é esta? Como se implementa? Será que resulta mesmo?
Bem, em primeiro lugar limitei-me a tentar responder à minha primeira questão. Colaborativa vem de colaboração. Será então que falamos de uma aprendizagem cujos fundamentos principais são a entreajuda? A interacção?
Após termos abordado e debatido o tema, pude constatar que efectivamente a aprendizagem colaborativa é uma aprendizagem feita em grupo, ou seja, através da interacção entre os alunos, da partilha de saberes e das discussões em torno de um tema. Desta forma, esbatem-se as dúvidas e chega-se à aprendizagem colectiva e ao conhecimento individual, sendo que o professor deixa de ter um papel central e passa a ser mediador e catalisador no decorrer do processo de aprendizagem. Passei a considerar esta forma de aprendizagem como uma mais-valia a explorar, principalmente porque acredito que, precisamos cada vez mais proporcionar aos nossos alunos situações de aprendizagem em que o eu ceda lugar ao nós, em que os alunos vivam situações semelhantes às que irão vivenciar enquanto cidadãos, cooperando, fazendo trocas, partilhas.

domingo, 5 de julho de 2009

A Auto-Avaliação

Apesar da Lei n.º 31 que aprova o sistema de avaliação da educação e do ensino não superior, publicada a 2 de Dezembro 2002, afirmar que a “auto-avaliação tem carácter obrigatório, desenvolve-se em permanência e conta com o apoio da administração educativa”, considero que o seu efeito em muitas escolas é fraco ou mesmo inexistente.
Considero ainda que a auto-avaliação não se resume apenas à simples questão formulada ao aluno no final de cada período “então … qual a nota que achas que mereces?”. Não. Esta é apenas uma fase reducionista e mais uma vez conotativa da avaliação.
Neste módulo da formação abordada pela formadora Isabel Lézon, passei a compreender qual o verdadeiro significado da auto-avaliação. Passei a encarar esta fase da avaliação dos alunos como uma etapa importantíssima, porque percebi que os alunos devem ser ensinados a compreender e utilizar os recursos pessoais que lhes permitem reflectir sobre as suas acções, exercer um maior controlo sobre os seus próprios processos de aprendizagem e reforçar as suas competências para aprender; e que os professores, por sua vez, devem saber estimular nos seus alunos uma utilização mais competente, eficaz e motivada dos processos de aprendizagem e dos meios tecnológicos e culturais a que podem ter acesso.
A auto-avaliação deve estar presente em vários momentos de cada ano lectivo e não apenas no final de cada período, uma vez que é o acto de julgar o próprio desempenho do aluno e do professor. O educador deve igualmente auto-avaliar-se, revendo as metodologias utilizadas na sua prática pedagógica.
Considero também pertinente que seja feita a auto-avaliação do aluno para com o professor, que deve servir como um momento de reflexão sobre a relação e interacção entre educando e educador. Portanto, o professor deve utilizar instrumentos avaliativos vinculados à necessidade de dinamizar, problematizar e reflectir sobre toda a acção educativa.
Devido à escassez de tempo, não me foi possível melhorar/reformular os instrumentos utilizo para auto-avaliação dos meus alunos na perspectiva que aqui defendo fica, no entanto a promessa que o farei futuramente.
Em jeito de conclusão devo dizer que, nas escolas portuguesas não há uma cultura de auto-avaliação. É necessário preparar os docentes para esta prática cheia de potencialidades quer para o alunos, quer para o professor e até mesmo para a própria escola.
Apesar da auto-avaliação ser objecto de algumas resistências, não devemos desistir de continuar a perseguir este objectivo, uma vez que, nela reside parte do sucesso dos nossos alunos. Ainda assim, considero que a este nível há ainda muito caminho para percorrer…

sábado, 4 de julho de 2009

Aplicação dos materiais

2 - Relatório de Implementação

Construídos que estavam os materiais, chegou a hora de passar à prática, ou seja, à sua implementação na sala de aula.
Claro está que a teoria defendida pela formadora era boa. Percebemos que era urgente mudarmos as nossas práticas e passar a avaliar as competências específicas de cada disciplina não apenas pelas fichas de avaliação, que muitos alunos encaram como o bicho papão da avaliação e do ensino, mas sobretudo pelo dia a dia na sala de aula. Contudo, era necessário aferir até que ponto a sua aplicação era exequível, pois como sabemos, por um lado, a ruptura com as nossas práticas torna-se difícil, a resistência à mudança é enorme por vários imperativos.
No que concerne à disciplina que lecciono, a Geografia, o primeiro argumento que se me afigurou foi o facto da disciplina ter uma carga horária reduzidíssima, apenas 90 minutos semanais em cada um dos anos que compõem o 3º ciclo. Ora, este factor possui um duplo efeito negativo. Por um lado, o fraco conhecimento que temos dos alunos e a necessidade de efectuar registos por várias semanas, uma vez que, dificilmente se consegue observar toda a turma numa mesma aula. Por outro lado, esta situação (90m/semanais) faz com que o professor seja sobrecarregado com um número excessivo de turmas.
Poderíamos ainda encontrar outras razões que se afiguram como um obstáculo à mudança, como é o caso do cumprimento dos programas. Sobre esta questão pode contrapor-se: mas não é necessário cumprir programas. Efectivamente, não se encontra escrito em lado algum que tenha que o fazer, no entanto, constitui um dos parâmetros do novo modelo de avaliação dos professores.
Argumentos à parte, decidi por mãos à obra. Inicialmente pensei em fazê-lo apenas numa turma. Contudo, senti a necessidade de o fazer às três turmas do ensino regular por mim leccionadas no presente ano lectivo (9º C, 9º D e 9º G).
A formadora, Sandra Cardoso, sempre nos alertou para a importância das nossas grelhas de registo estarem bem elaboradas e em completa sintonia e coerência com as nossas orientações programáticas, mas sobretudo, deveriam ser funcionais. Chegara então a hora de aferir se eram ou não funcionais e práticas.
Quanto à grelha de registo dos trabalhos de casa, revela-se funcional, assim como, a de avaliação dos trabalhos práticos, a do saber/saber-fazer e a do saber-fazer.
No que respeita à grelha de avaliação final achei que continha demasiados parâmetros a observar, quer no domínio do saber/saber-fazer, quer no domínio do saber-ser.
Antes:
Esses parâmetros, já eram observáveis nas grelhas parciais respectivas, por isso considerei uma repetição desnecessária. Assim sendo, decidi eliminá-los e incluir hiperligações das grelhas parciais para a final.
Depois:
Quanto ao aperfeiçoamento que fiz na grelha de correcção das fichas de avaliação, na qual inclui uma tabela que permite verificar quais as competências onde os alunos revelaram maiores dificuldades, bem como os domínios nos mais falharam (conhecimento, interpretação ou desenvolvimento), considero que foram excelentes. Apesar disso, como foi aplicada na última ficha de avaliação, o feedback foi um pouco irrelevante. Quando utilizada desde o início do ano lectivo, inclusive na avaliação diagnóstica, creio que poderá a revelar-se duplamente eficaz. Por uma lado, permite-nos fazer uma avaliação diagnóstica constante, ao longo do ano, sendo possível intervir com modalidades de apoio específicas para aquele grupo de alunos individualmente. Por outro, permite ao professor, mediante a análise da grelha dos domínios, aferir a própria forma como o teste foi elaborado. Será que incidiu mais sobre perguntas do domínio do conhecimento, em que na maioria dos casos os alunos se limitam a memorizá-los na véspera da ficha de avaliação? ou será que, pelo contrário, valorizou mais questões relacionadas com a interpretação e o relacionamento dos conteúdos?
De igual modo, permite também a partir da grelha de verificação das competências, constatar se as perguntas do teste versavam de uma forma mais ou menos equilibrada as várias competências embora, por vezes, tal esteja dependente do ano de escolaridade.

Evidências de Avaliação


1. Construção de materiais

Esclarecidos e clarificados que estavam alguns conceitos, tinha chegado a altura de passar à prática, não sem antes partilharmos no grupo os nossos instrumentos utilizados, bem como as nossas experiências relativas à sua operacionalização.
Na minha prática docente, sempre tive a necessidade de me servir de registos de avaliação dos meus alunos. No entanto, estes instrumentos não incluíam uma avaliação coerente e sistemática das competências da disciplina, uma vez que, pensava eu erradamente, estas já eram objecto de avaliação nos testes. Daqui surgiu a necessidade de elaborar grelhas que me permitissem aferir as competências da Geografia ao nível do 3º ciclo (saber e saber-fazer) sem, no entanto, descurar o aspecto atitudinal.
Seguidamente, agrupados por grupos disciplinares (onde tive como parceira a minha colega de curso, amiga pessoal e também comadre - Sara Pitães - com quem trabalho muito bem), começamos a reflectir sobre alguns dos aspectos a ter em conta, tais como, as competências essenciais de ciclo de Geografia, as decisões emanadas pelo Conselho Pedagógico da escola, bem como as decisões tomadas no Departamento ou no seio do grupo disciplinar, nomeadamente no tocante ao peso ou percentagem a atribuir às várias vertentes do ensino-aprendizagem (saber, saber-fazer e saber-ser).
Por sugestão da formadora, Sandra Cardoso, começamos então por fazer uma leitura atenta às orientações programáticas de Geografia do 3º ciclo, constatamos que teríamos de contemplar três competências específicas: “Localização”; “Conhecimento dos lugares e regiões” e “Dinamismo das inter-relações entre espaços”. Decidimos, posteriormente, subdividi-las noutros parâmetros observáveis (como se pode observar na respectiva grelha), por forma a facilitar a sua operacionalização em contexto sala de aula. Começamos por elaborar a grelha final, com todos os parâmetros a avaliar quer no domínio do saber/saber-fazer, ao qual atribuímos um peso de 85%, conforme o estipulado em Departamento, quer no domínio do saber-ser, ao qual atribuímos os restantes 15%.
No tocante ao saber-ser, constatamos que, tal como a formadora já nos havia adiantado, tem um peso muito insignificante (15%) e tivemos sérias dificuldades em distribuir essa escassa percentagem pelos inúmeros parâmetros que pretendíamos ver contemplados, tendo mesmo chegado ao ponto de abdicar de alguns deles. Futuramente, seria caso de renegociar o peso destas componentes para a avaliação dos nossos alunos, uma vez que, tal vai contra tudo aquilo que eu aprendi nesta acção de formação e que já tive oportunidade de adiantar neste portfólio. A escola dos nossos dias tem de preparar cidadãos conscientes que aprendam a ver criticamente o mundo em que vivem. Não se pretende formar cidadãos inconscientes e que apenas conseguem debitar conteúdos irreflectidos, mas sim memorizados.
Da grelha final, partimos para a construção de grelhas parciais ou de observação directa. Construímos, então, uma grelha de observação do domínio do saber/saber-fazer e outra para o domínio do saber-ser.
Senti ainda necessidade de aperfeiçoar grelhas que já usava, como é o caso da grelha de registo de trabalhos de casa ou de avaliação de trabalhos práticos. Contudo, a grelha que deu azo a maiores alterações foi sem dúvida a grelha de avaliação das fichas de avaliação. Trata-se de uma grelha na qual decidi introduzir umas modalidades estatísticas que me vieram permitir, por um lado, verificar em qual três competências da disciplina o aluno mais falhou, permitindo-me posteriormente o reforço dessas mesmas competências deficitárias. Por outro, permite aferir qual o domínio (conhecimentos, interpretação ou desenvolvimento) em que o aluno revelou mais dificuldades, permitindo como no caso anterior uma adopção de estratégias de superação. Saliente-se assim, que esta grelha passa a versar duas partes importantíssimas da avaliação que são as suas vertentes diagnóstica e formativa.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Plural dos Sentidos

Numa das minhas pesquisas e a propósito de alguns conteudos abordados na disciplina de Geografia, encontrei uma pequena história, cujo autor se desconhece e que serve para reflectir um pouco acerca das aprendizagens dos nossos alunos.

Um dia, numa aula de Geografia,
a nossa professora ensinou-nos,
que o vento é uma simples massa de ar.
E eu acreditei.

Se a professora o diz ...
Mas não compreendi!
E pus-me a cogitar...

De volta para a aldeia,

onde ninguém estudou,
resolvi perguntar.

E disse o Zé Moleiro - o vento é pó de trigo,
são velas a rodar.

O vento é um amigo.

O Luís Pescador gritou, sem se conter:
- o vento faz as ondas e fez o meu pai morrer!
O vento é assassino, o vento faz doer.

- Nem sempre, lembrei eu.
Levanta os papagaios e fá-los ser estrelas num céu azul de sol.

E gemeu a velhinha, num canto do portal:

- O vento é dor nos ossos...

- É roupa no varal sequinha num instante!
Afirmou a minha mãe correndo atarefada,
entre casa e o quintal.

Mas, explicou um velho Jardineiro:

- O vento, meus amigos, destruiu-me as roseiras
e fez cair as flores das minhas trepadeiras.
O vento é muito mau!

Um Poeta sorriu...

- O vento é a beleza, as searas são mar...
se o vento as faz mover, no campo a ondular.

Então, sentei-me à mesa e estudei a lição.
Já sei o que é o vento:

É Dor, é Medo, é Pão.
É Beleza e Canção.
É a Morte no mar.
E por trás disso tudo...

É UMA MASSA DE AR ...

E eu disse cá para mim,

que a minha professora
com tudo o que estudou,

NÃO SOUBE ENSINAR/AVALIAR.
PORQUE NUNCA ESCUTOU.

2. Avaliar em Geografia


A concepção de ensino em Geografia, leva-nos a perceber, um cenário avaliativo diferente da prática tradicional, no sentido de que as tarefas avaliativas propostas deverão privilegiar e valorizar, principalmente, expressões e noções de tempo e lugar, construídas pelos alunos. O “(…) aprender a ser e conviver em determinado 'espaço de pertença', a formação de identidades, da própria cidadania” (Callai, 2000). O acompanhamento do aluno, então, só poderá ocorrer através de tarefas que permitam a expressão das suas ideias e das suas vivências. Em Geografia, o estudo do lugar está sempre presente.
Desta forma, cabe ao professor ter parâmetros claros de aprendizagem que vão de encontro a essas tarefas e trabalhos, sem cair no risco das tarefas avaliativas serem desarticuladas de propostas pedagógicas dessa natureza, tais como testes objectivos, que não lhe permitirão obter indicadores qualitativos necessários para o acompanhamento da evolução de saberes tão diversos e complexos construídos pelos alunos nesta disciplina, ao longo do seu percurso escolar.
Percebi, então, que as competências visadas por esta disciplina em constante mutação, devem ser alvo de uma avaliação diária nas aulas, o que nem sempre acontece, ou acontece baseado em percepções que temos deste ou daquele aluno. Entendi também, que o professor, seja ele de que disciplina for tem de se abstrair do peso final das fichas de avaliação.
Esta formação ajudou-me a perceber que todos os nossos alunos possuem capacidade de progredir e a todos devem ser oferecidas as oportunidades para aprender, conviver, contornando suas limitações, e construindo a sua cidadania. As pessoas são diferentes e aprendem de maneira diferente, mas a diferença precisa estar presente e ser contemplada nas nossas escolas e pela nossa prática educacional. É preciso conhecer as necessidades de cada aluno e suprí-las. A intervenção e a estimulação, quanto mais precoces, mais rapidamente aumentam as chances de sucesso e diminuem o desânimo perante um sistema de ensino com o qual os alunos não se identificam.

Avaliação: prémio ou punição?


Excelente video produzido por Simone Teodoro Moreira e que retrata na perfeição, o entendimento que muitos dos nossos alunos têm sobre o que é a avaliação.

1. O que é a avaliação?

Avaliar vem do latim, mais valere, que significa atribuir valor e mérito ao objecto em estudo. Portanto, se nos reportássemos apenas ao verdadeiro significado da paravra, avaliar seria atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a aferição da qualidade do seu resultado. Por esta lógica, associa-se o acto de avaliar ao de “medir” os conhecimentos adquiridos pelos alunos.
Porém, a avaliação está longe de ser uma régua que vai medindo o grau de apreensão dos conteúdos por parte dos alunos, à medida que se avança nas aprendizagens. Para mim avaliar nunca se resumiu à mecânica formal e meramente estatística de pura e simplesmente atribuir notas obrigatórias que determinariam o avanço ou a retenção de um aluno.
Quando fomos questionados pela formadora com esta questão, do que era para nós a avaliação, é óbvio que esta não era a minha percepção do conceito. Pelo menos, não ao nível da educação. Contudo, à medida que fomos abordando e discutindo esta temática, pude perceber que a minha concepção acerca do que é a avaliação, carecia ainda de alguma clarificação.
Pude, então constatar que a avaliação, para além de ser uma parte integrante e fundamental do processo ensino/aprendizagem, é também, ou deveria ser, um processo de negociação, ou seja, deve ser encarada como um processo interactivo, negociado, construtivista, cuja finalidade deve ser fornecer aos agentes educativos, nomeadamente ao aluno e ao professor, o feedback das aprendizagens, por forma a que este possibilite uma regulação constante das estratégias e modalidades de apoio.
Aqui, a avaliação possui a tarefa de se centrar na “(...) forma de como o aluno aprende, sem descuidar da qualidade do que aprende (Álvarez Méndez, 2002: 19) para orientar o docente a ajustar seu fazer didáctico de maneira que produza desafios que se transformem em aprendizagens para os aprendentes. Ou seja, (...) a maneira como o sujeito aprende [passa a ser] mais importante que aquilo que aprende, porque facilita a aprendizagem e capacita o sujeito para continuar aprendendo permanentemente. Conscientes do modo como o sujeito aprende [o professor] descobre a forma de ajudá-lo”.
Claro está que várias perguntas assolaram de imediato a minha mente: como implementar um processo avaliativo que não seja punitivo, classificatório e selectivo? Que não tenha como centralidade a nota? Como avaliar a partir das emergentes formas de ensinar? Como fazer da avaliação um processo/instrumento de acompanhamento, mediação, diálogo e intervenção mútua entre o ensino e as aprendizagens? Como usar o processo avaliativo para reorientar a prática docente e consciencializar os nossos alunos acerca do seu percurso de aprendizagem? Estas foram algumas das questões que debatemos amplamente nesta acção de formação e que em muito contribuiu para uma troca de ideias e uma partilha de experiências verdadeiramente enriquecedoras.

A minha Filosofia de Ensino


Em pleno século XXI, muito se fala sobre o ensino. A cada instante, somos bombardeados com novos artigos que tratam do assunto. Novas metodologias, novas estratégias de ensino… Ainda assim, muitas dúvidas pairam no ar: O que é ensinar? O que se ensina? É realmente possível ensinar? Qual é o papel do educador de hoje? Ainda que tenhamos profundo conhecimento das matérias que vamos abordar, bem como das metodologias mais recentes do ensino, existirá sempre o toque pessoal que cada educador incute na sua sala de aula, e isto faz a diferença!
Quando no início de cada ano lectivo sou confrontada com um novo grupo de alunos, procuro sempre perceber as suas necessidades e o seu perfil. Só a partir daí serei capaz de determinar como vou trabalhar com eles. Não acredito que um método seja melhor que outro pelo simples facto de ser o mais recente ou estar “na moda”. Procuro sempre analisar o que realmente se aplica à realidade dos meus educandos e, considero que é isso que torna a aprendizagem mais eficaz.
Outro dos aspectos que considero importante é termos a consciência de que ensinar é uma eterna apredizagem. Não se pode assumir uma postura autoritária perante os alunos como se o saber fosse algo acabado. Temos que ser flexíveis, pois os alunos são o nosso melhor termómetro para medir a nossa eficiência como educadores.
Acredito também que mais do que conceitos, o educador precise trabalhar habilidades e postura diante do mundo. Nenhuma aula, seja ela de que disciplina for, ensina aos alunos tudo. Ensinar é mais do que debitar conteúdos, é sobretudo, ensinar os alunos a serem autónomos em relação ao conhecimento, reflectindo criticamente sobre as temáticas que são abordadas. Neste aspecto, a disciplina que lecciono - Geografia - é fantástica porque lhes abre uma porta para o mundo.
Nas várias cadeiras pedagógicas que temos na nossa formação e na qual estudamos a filosofia de vários pedagogos, houve uma citação de Maria Montessori que me marcou e na qual procuro basear a minha vida pessoal e profissional:" Ajude-me a crescer, mas deixe-me ser eu mesma".Ora daqui depreendemos facilmente que os nosso alunos devem ser impulsionados pelo seu próprio eu e não pela vontade do professor.
Concluindo, educar é uma tarefa extremamente complexa, repleta de desafios pois não existe receita, o que funciona para um não funciona para outro. Sou uma professora que procura enfrentar esses desafios com calma e serenidade. Tenho uma certa facilidade em me adaptar às mudanças que vão surgindo, como no contexto actual onde as tecnologias estão cada vez mais presentes na escola. Sou curiosa e isso ajuda-me nessa adaptação. Procuro conhecer a realidade onde estou inserida para tentar desenvolver um trabalho coerente com a mesma.

Finalidades deste portfólio

A ideia de construir um portfólio da formação constitui um factor de auto-reflexão e introspecção muito importante. O portefólio é um instrumento de Aprendizagem e de Avaliação e permite-me demonstrar não só uma reflexão/avaliação/observação do que foi desenvolvido na acção de formação, como também, uma reflexão geral e particular das minhas conclusões/opiniões da prática pedagógica.
Enfatizei alguns pensamentos, na expectativa de enriquecer e tornar mais interessante este portefólio. Aqui vou debruçar-me sobre a minha filosofia de ensino, sobre aspectos que tenho vindo a aprender na formação e ainda reflectir sobre aplicações/desenvolvimentos de instrumentos de avaliação.
De seguida, abordarei algumas das minhas conclusões acerca da componente mais teórica desta formação, “o que é avaliar?”, “o que é a avaliação?”, “quais as grandes alterações no sistema de avaliação ao longo dos tempos?”, “auto-avaliação, o que é?”ao mesmo tempo que pretendo dar-lhe um cunho reflexivo acerca das minhas concepções prévias e de como elas se foram alterando ao longo destas sessões…

Introdução


Neste espaço introdutório, daquele que virá a ser um portfólio que pretende espelhar as minhas concepções sobre o tema, bem como as minhas reflexões sobre aquilo que aprendi, não poderia deixar de frisar o porquê da minha inscrição nesta acção de formação subordinada ao tema “Avaliação das aprendizagens dos alunos”.
Em primeiro lugar, sinceridade acima de tudo, inscrevi-me pela necessidade imposta de cumprir 50 h de avaliação para este biénio. Depois, porque aquilo que nos move (a nós professores) para realizar acções de formação, para além do factor que evoquei anteriormente, é a expectativa de que esta venha a contribuir positivamente para as nossas práticas pedagógicas e também pela possibilidade de constituir um espaço de partilha de experiências. Acontece que tais expectativas saem na maioria dos casos frustradas, já que, a maioria das acções que frequentamos mais não são do que um debitar de informação teórica, que carece de operacionalização e da qual todos nós já estamos fartos.
Devo dizer que após a minha inscrição pensei seriamente nas horas a fio que teria de passar a frequentar esta acção de formação, realizada em período pós-laboral, logo num horário que deveria estar a dedicar à minha família e pus em questão se esta viria a ser igual a tantas outras, com as quais nada aprendi.
Depois, a questão do tema! Avaliação…
A avaliação tem sido assunto de amplo debate nos meios educacionais, mas cada um conceitua e interpreta esse termo com significados distintos. Sem dúvida, cada um age em nome de uma avaliação de qualidade e defenderá que a sua é uma boa avaliação. Eu, devo dizer que não fugia à regra…portanto, pensei, o que é que eu vou aprender?