terça-feira, 20 de julho de 2010

Para REFLECTIR ...


AVALIAR PARA ENSINAR MELHOR!

Quem procura um médico espera, pelo menos duas coisas, um diagnóstico e um remédio para os seus males. Vamos tentar imaginar-nos sair do consultório de mãos vazias... Estado geral de saúde nota 6, e ponto final. Doente nenhum se contentaria com isso. E os alunos que recebem apenas uma nota no final de um período, será que não se sentem igualmente insatisfeitos? Se a escola existe para ensinar, de que vale uma avaliação que só confirma "a doença", sem identificá-la ou, melhor do que isso, sem nos mostrar sua cura?
Assim como o médico, que ouve o relato de sintomas do doente, que o examina e analisa radiografias e outros exames, também nós professores, temos à nossa disposição diversos recursos que podem ajudar a diagnosticar problemas na turma. É preciso, no entanto, prescrever o remédio. A avaliação escolar, hoje, só faz sentido se tiver o intuito de procurar caminhos para melhorar a aprendizagem.

Vale a pena reflectir sobre isto...

Reflexão Critica Final

“É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”
Paulo Freire

É com esta célebre frase de Paulo Freire, que aqui pretendo deixar a minha reflexão final acerca da oficina de formação “Avaliação das Aprendizagens dos alunos: parte II – Avaliação Electrónica” que frequentei de 24 de Abril a 10 de Julho de 2010 e cuja formadora foi a professora Sandra Cardoso.

Começo esta breve reflexão por considerar que a parte I e II desta oficina tem contribuído para muitas alterações na minha prática lectiva mas, acima de tudo, tem contribuído para a existência de grandes momentos de reflexão e troca de opiniões. Momentos esses que caracterizo de uma completa abertura e liberdade de opinião.

Aqui pude realizar a minha introspecção, reflectir sobre esta temática tão vasta e complexa que é a avaliação dos alunos. Compreendi que tinha percepções erradas sobre o que é a avaliação e que estas se reflectiam na forma como avaliava os meus alunos. Claro está que estas percepções foram adquiridas de uma forma espontânea, incutidas por um modelo tradicional, limitativo e muito reduccionista do qual eu própria, em tempos, já fui vítima.

A educação tem sofrido várias mudanças e as escolas passaram a ter maior autonomia para a tomada de várias decisões, inclusive na questão da avaliação. Temos de compreender de uma vez por todas que a avaliação não serve para avaliar somente o aluno, mas também serve para avaliar o professor e sua prática pedagógica. Esse processo de mudança implica necessariamente uma nova forma de encarar o ensino, sobretudo por parte dos professores. Temos que debater-nos todos para que haja um ensino com qualidade e não uma mera soma de quantidades que se resumem em notas e aprovações ou reprovações. Temos que procurar além de tudo o prazer de dar uma aula e o aluno o prazer por estudar.

Considero que, hoje em dia, estamos muito preocupados em cumprir os programas e ter tempo para realizar dois testes por período onde poderemos, pensamos nós, verificar se os conteúdos foram de facto apreendidos pelos alunos. Desta forma, só logramos uma única coisa: fazer com que a avaliação não tenha objectivo tornando-se uma mera reprodução de conhecimentos transmitidos pelo professor.

É comum o professor ficar preocupado apenas em cumprir o programa, mesmo que os alunos não aprendam os conteúdos pois, desta forma, ninguém lhe poderá apontar no final do ano o seu incumprimento. Mas, o programa deveria estar ao serviço da aprendizagem e não ao contrário como quase sempre acontece.

Urge, portanto, repensarmos o que realmente importa neste processo: o cumprimento dos programas ou que os nossos alunos aprendam de uma forma verdadeiramente significativa? O que queremos quando "avaliamos"? Classificar em ordem de notas ou contar com mais um instrumento para ajudar cada aluno a aprender?

A avaliação deve ser, clara e objectiva, coerente com os conteúdos estudados e objectivos propostos. Para tal, devem ser aplicados instrumentos e técnicas diversificadas, para verificar os conhecimentos adquiridos, respeitando as capacidades de cada aluno.

Existem diversos recursos disponíveis para agregar o processo de avaliação. Idealmente, esse processo deve ser composto por mais de um desses instrumentos. Entre os instrumentos ao alcance do professor surgem aqueles com recurso às TIC: pesquisa orientada na Web (webquests e visitas virtuais); Google Docs; Plataforma Moodle: o chat, o fórum, e-portfólios; o Blog, entre outros. Mas quais são as potencialidades destes instrumentos para a avaliação dos nossos alunos? São, além do mais, motivadores, apelativos, diferentes …

A avaliação electrónica assume, desta feita, um papel importantíssimo nos dias que correm. Muitos dos instrumentos acima evocados apresentam-se como um meio de os alunos registarem as suas actividades, reflexões, os seus comentários sobre o modo como o trabalho que desenvolvem em grupo ou individualmente se processa. É uma forma privilegiada de os alunos descreverem e reflectirem sobre os problemas que vão surgindo, os obstáculos que decorrem do desenvolvimento do trabalho e da forma de os superar. O registo escrito permite criar o hábito de pensar as práticas, de se pensar a própria aprendizagem.

É preciso não esquecer que as avaliações feitas pelos alunos são expressões da síntese do conhecimento que atingiram. Se não chegarem a um nível satisfatório não devem ser punidos, mas sim “retrabalhados” e solicitados a que elaborem uma nova, mesmo que retomem a anterior como ponto de partida. Uma prática que considerei bastante interessante e que um colega (José Carlos) desta oficina partilhou connosco, é o professor interagir com o trabalho dos alunos até que chegue a um nível satisfatório: o aluno entrega a actividade, o professor analisa, faz sugestões e o aluno reelabora.

Torna-se, então, consensual a importância da autoavaliação. Ela está directamente ligada a um dos objectivos fundamentais da educação: aprender a aprender. É óbvio que o próprio aluno tem as melhores condições de dizer o que sabe e o que não sabe, se um determinado método de ensino foi ou não eficaz na sua aprendizagem e de que maneira ele acredita que pode compreender determinados conteúdos com mais facilidade. Para isso, basta ao professor, conversar com a turma, de forma sincera e directa, ou fazer questionários onde todos possam expor livremente as suas críticas e sugestões. Quanto mais frequentes forem essas conversas mais rapidamente aparecerão os problemas e, o que realmente importa, as respectivas soluções. Considero que este aspecto constituiu mais uma das mudanças na minha forma de encarar a avaliação. Compreendi que os momentos de autoavaliação, mais do que contribuírem para momentos de introspecção/reflexão por parte dos alunos, servem sobretudo para informar o professor se o seu trabalho está a ser claro para os alunos, ou deve ser revisto, mudando as suas atitudes e metodologias. Compreendi também que a autoavaliação não deve limitar-se a apenas alguns minutos no final de cada período lectivo, mas sim ser um acto contínuo e reflexivo que pode contribuir para grandes mudanças, quer para os alunos quer para o professor.

Outro aspecto que considero ser consensual entre os professores é que a aprendizagem, na sala de aula, não se dá de forma uniforme. Cada aluno tem o seu ritmo, as suas facilidades e dificuldades. O que dificulta bastante a acção do professor, que passa a ter de avaliar cada aluno de uma forma diferente, porque “… todos merecem ser avaliados em relação a si mesmos, não na comparação com os colegas" (Antoni Zabala). A avaliação, mais que um conjunto de técnicas, é um conjunto de atitudes que permitem valorizar as potencialidades de cada um (Cortesão). É preciso que a avaliação sirva para que todos possam ter experiências de sucesso, para orientar sobre as dificuldades, os pontos positivos e as necessidades de cada um. Não só para comparar os alunos entre si de acordo com um critério único ou básico, criando competição, inveja e frustração, mas para auxiliar cada um a evoluir em relação a si mesmo indo de encontro ao seu potencial. No fundo sou da opinião de que, os pontos de partida dos alunos no inicio do ano lectivo são diversos, mas os de chegada devem ser os mesmos, ou pelo menos, o professor devem dar o melhor de si para que tal aconteça. Torna-se, portanto, premente a adopção de estratégias de diferenciação pedagógica por forma a caminharmos cada vez mais para uma Escola Inclusiva.



Entenda-se que a inclusão, ao contrário do que frequentemente se defende, não é atender às deficiências de um aluno com necessidades educativas especiais, mas sim conseguir atender à diversidade dentro da sala de aula. Segundo Aranha, 2004: “Escola inclusiva é, aquela que garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades”.

Concluindo, avaliação, para ser avaliação, necessita de ser diagnóstica, formativa, dialógica, dialética, etc… O acto de avaliar, em síntese, é uma acto dinâmico ao serviço dos melhores resultados possíveis.
Baseado em Ander-Egg (1997), Ferreira e Santos (2000) e outros, cito abaixo alguns tipos de avaliação:
A avaliação diagnóstica, primeira tentativa bem sucedida a se contrapor à avaliação classificatória, traz contribuições marcantes, como ideia de diagnóstico, avaliação como decisão e o compromisso político de avaliação democrática.

A avaliação mediadora é uma sistematização verdadeiramente construtivista: é uma dinamização das oportunidades de acção-reflexão, um acompanhamento permanente do professor, uma prática para desafiar o aluno e uma forma de compreender suas dificuldades e o seu processo de cognição. Seu objectivo é promover a construção e a organização do conhecimento. Assume seu verdadeiro papel quando trata dos erros, tomando-os como meio de construção dos conhecimentos e não como faltas graves a condenar.

A avaliação dialógica possibilita identificar as respostas verdadeiras e as não-verdadeiras. É o diálogo (fundamentalmente interacção do sujeito com o mundo) que assegura o carácter aberto do construtivismo, bem como a sua dialéctica. A avaliação dialógica subsidia tanto a avaliação diagnóstica como a mediadora e está destinada a marcar uma mudança na educação, juntamente com o próprio construtivismo.

Em conclusão, considero que nesta caminhada descobri que quanto mais eu exijo de mim mesma, talvez não seja exagero como a maior parte das pessoas que convivem comigo pensam, significa que posso fazer sempre mais e dar o melhor de mim. Se, por um lado, devemos conhecer bem nossos limites para não nos excedermos, também devemos conhecê-los para que saibamos aproveitar o melhor de nós mesmos.

Esta oficina possibilitou-me ter uma nova visão acerca desta temática e, hoje em dia, posso dizer que consegui detectar as minhas faltas e encetar um novo rumo a caminho da sua correcção. Presentemente, como já referi, já realizo uma avaliação mais formativa que poderia, no entanto, ser ainda mais dialogada.

Acerca da avaliação electrónica, pude constatar que se revela eficaz e pode dar um forte contributo para a melhoria do processo ensino-aprendizagem, pois permite auxiliar os alunos com mais dificuldades, incutindo-lhes maior autonomia, criatividade e espírito crítico. Pude também concluir pelos instrumentos que implementei na sala de aula, que os alunos se encontram pouco habituados a esta forma de avaliação criando-se, por vezes, uma certa resistência a esta nova metodologia. Por outro lado, verifiquei que na maioria dos casos, recorrendo a esta modalidade de avaliação, os alunos mais desmotivados e desinteressados acabam por se envolver no trabalho evidenciando e desenvolvendo outras competências que até aí não o tinham feito, ou pelo menos, passaram desapercebidas aos olhos do professor.

E os professores, qual o partido que tiram do recurso à avaliação electrónica? Eu pessoalmente, considero que aprendi muito no desenvolvimento dos instrumentos que posteriormente implementei. Em primeiro lugar, aquando da sua construção, tive a preocupação de planificá-lo delineando quais os objectivos que pretendia alcançar, bem como as competências que pretendia desenvolver nos meus alunos, pois se assim não fosse, de nada serviria o instrumento. Tive também a preocupação de que fosse estimulante para os alunos, seleccionando todos os recursos na perspectiva dos seus interesses, o que considero ter alcançado. Após a sua implementação reflecti e auscultei os alunos no sentido de apurar dificuldades para proceder a eventuais reformulações.

A avaliação electrónica faz sentido, possui inúmeras vantagens, contudo não podemos esquecer que deverá sempre debruçar-se numa avaliação o mais dialógica possível, ou seja, integrar-se numa pedagogia não centrada no professor, mas sim no aluno, onde este constrói a sua própria aprendizagem.

Em Conclusão, considero que os estudos sobre avaliação escolar nunca se esgotam, mas percebe-se a necessidade de que antes de qualquer mudança no processo avaliativo é necessário que haja uma mudança de postura de todos os envolvidos na educação dos alunos, a começar pelos próprios professores. Daí que esta oficina, quer na parte I quer na parte II, abriu-me muitas portas em direcção à mudança. No entanto, considero que ainda não atingi o estado desejável. Como referiu a nossa formadora, “O professor parte de um estado de incompetência inconsciente”, eu considero que me encontro já num estádio mais avançado, porventura o da “competência consciente”, sendo portanto necessário caminhar até ao último estádio o da “competência insconsciente”, onde é suposto que tudo o que o professor faz, o faça inatamente.
Agradeço, desde já à formadora Sandra Cardoso, a partilha dos seus conhecimentos, a transmissão das suas experiências e a paciência. A partir do primeiro dia foi essencial e muito importante o seu papel, sempre disponível e atenta às nossas dúvidas e receios.

No decorrer desta oficina de formação construímos um bom grupo de trabalho, que conseguiu cooperar e partilhar saberes de uma forma bastante eficaz e interactiva. Olhámos para dentro de nós e partilhámos o que sabíamos e poderíamos fazer de melhor.

A acção correspondeu e excedeu mesmo as minhas expectativas! Neste momento, estou entusiasmada com todos os projectos que tenciono pôr em prática. Aprendi imenso e sinto-me à vontade para avançar. Reconheço que continuo ainda com algumas dificuldades ao nível da criação de um site onde possa alojar os recursos construídos. Quem sabe esta lacuna possa ser colmatada com uma parte III desta oficina?

As sementes estão lançadas, basta acreditar e trabalhar naquilo que todas nós partilhámos.

O Ponto ao Avaliar...

Aqui deixo uma animação critico-reflexiva sobre a avaliação.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A minha Reflexão sobre a Construção e Aplicação dos Instrumentos

Na planificação e construção dos instrumentos que elaborei no decorrer desta acção de formação, o meu maior desafio foi que estes oferecessem aos meus alunos oportunidades de tomar diferentes caminhos, através de processos de aprendizagem tão diferenciados quanto possível, que facilitassem diferentes ritmos de trabalho e o sucesso do processo ensino-aprendizagem.
Para contextualizar de forma enriquecedora os instrumentos educativos tive que dar resposta a vários desafios, como a recolha de materiais pertinentes e motivadores para o aluno, o aliar das imagens aos textos e a outros materiais e a criação de momentos de autoavaliação do decorrer do processo.
A auto-avaliação é fundamental para que os alunos possam assumir a responsabilidade pela sua própria aprendizagem e desenvolvimento, proporcionando uma oportunidade de reflectir e intervir sobre a forma como a mesma está a decorrer.
No decurso da implementação, procurei cumprir os objectivos previamente delineados na planificação que elaborei para cada um dos instrumentos. Penso ter cumprido com rigor cada um deles e, desta forma, ter conduzido os alunos no desenvolvimento das competências pretendidas.


No caso específico da webquest considero que, estava muito bem elaborada conseguindo corresponder às minhas expectativas iniciais. Resultou num instrumento bastante apelativo quer sob o ponto de vista gráfico, quer sob o ponto de vista do conteúdo, uma vez que, a própria temática se proposcionava a isso. Os alunos sentiram um pouco de dificuldades nas duas primeiras aulas de implementação, dado que era a primeira vez que se encontravam a realizar uma actividade que implicava uma pesquisa orientada na Web. Outra das razões que poderá ter contribuído para esta desorientação inicial dos alunos, foi o facto de a webquest ser composta por duas fases distintas, que foram desde logo apresentadas e embora tivessesm sido orientados de que deveriam apenas centrar-se na primeira fase, houve alunos que ficaram algo confusos. Quanto à visita virtual a Paris, devo dizer que o produto final conseguiu exceder largamente as minhas expectativas iniciais. Considero ter sido um projecto no qual me envolvi de corpo e alma e que me proporcionou uma satisfação enorme porque para além de ter ido de encontro a todos os objectivos propostos, desenvolveu nos alunos competências que eu própria não havia previsto, sobretudo no domínio das atitudes e valores. Apenas a referir que houve necessidade de reajustar o número de aulas previstas para a realização da visita virtual, que inicialmente foi de apenas 90 minutos, havendo necessidade de a prolongar por mais 90 minutos. Este facto, ficou a dever-se ao grande entusiasmo manifestado pelos alunos no decorrer da actividade.
A conciliação da visita virtual com o diário de bordo, resultou num casamento perfeito. Consegui que o diário de bordo tivesse uma enorme adesão por parte dos alunos, que se sentiram porventura, muitos deles, autores de algo, bem como dos próprios encarregados de educação. Foi deveras fantástico!

Um aspecto que devo melhorar futuramente será ao nível da maior envolvenvência dos alunos na definição de critérios de avaliação. Considero que em ambas as situações negociei com os alunos os parâmetros de avaliação bem como o peso a atribuir a cada um deles, contudo poderia ter tido um efeito mais responsabilizador se fossem eles próprios a definir quais os critérios a partir dos quais deveriam ser avaliados.
Em suma, adorei realizar os três instrumentos de avaliação. Considero que cada um, à sua maneira, permitem incutir novas potencialidades no processo ensino-aprendizagem, sendo a mais significativa, o facto dos alunos poderem construir o seu próprio conhecimento, respeitando o seu ritmo de trabalho. Por outro lado, considero que envolve mais os alunos na sua própria aprendizagem, tornando-os mais autónomos e criativos.
Claro que existem alguns aspectos aos quais o professor tem de estar atento quando implementa um instrumento destes, por exemplo, a necessidade de se estabelecerem metas que impliquem a aplicação da informação recolhida evitando, desta forma, o perigo do “copy-paste”.
Outra das dificuldades a vencer será a resistência que existe em relação a este tipo de metodologia (instrumentos electrónicos) pelo facto de serem métodos de ensino não tradicional e por isso menos aceites, até mesmo por desconhecimento. Podendo esta situação partir até mesmo dos próprios alunos.

Reflexão Sobre a Implementação da Visita Virtual a Paris - na opinião dos alunos

Foi realizado aos alunos do 9º ano, um questionário com o objectivo de apurar as suas opiniões em relação à Vivita Virtual a Paris implementada nas aulas. Eis as principais conclusões retiradas a partir da análise que foi feita aos mesmos.

- Os dois items que lhes pareceram mais relevantes na realização da visita virtual, foram a melhor compreensão dos locais a visitar, bem como, a possibilidade de ver e ouvir coisas novas sobre Paris.


- Conclui-se que com a realização desta visita virtual a maioria dos alunos passou a conhecer melhor a cidade que iriam visitar, os locais incluídos no itinerário da viagem, bem como, a compreender melhor a história dos monumentos a visitar.



- A maioria dos alunos da turma foi da opinião de que a visita virtual realizada se encontrava bem organizada tendo facilitado/favorecido a realização do guião. Consideraram ainda que a introdução continha bem claros os objectivos de trabalho e que o mapa disponibilizado era claro e perceptível. Referiram ainda os alunos que os recursos disponibilizados além de suficientes eram interessantes e ricos em informação. Quanto à conclusão , não houve consenso, uma vez que, 23 alunos referem ter ficado motivados para novas explorações de temas através deste método; 10 não emitiram parecer, existindo dois alunos que referiram que a conclusão não os motivou para novas explorações através desta metodologia. Este facto, leva-me a considerar que possivelmente devo melhorar este aspecto.


- Com a realização desta visita virtual considero que consegui atingir os objectivos inicialmente propostos, uma vez que, despertei-lhes a curiosidade acerca da cidade que iriam visitar. Grande parte dos alunos referiram ter vontade de conhecer melhor a cidade e saber mais sobre a mesma.


- Quando confrontados com a comparação entre este método de avaliação e o teste tradicional, a maioria dos alunos não hesitou em considerá-lo mais fácil que o teste tradicional, achando-o igualmente mais motivante. Quanto ao facto de se aprender mais usando esta metodologia, a maioria não emitiu parecer (17 alunos), 15 consideram que se aprende mais recorrendo a este método, existindo ainda 3 alunos que consideraram que se aprende mais com o teste tradicional.


- No que concerne à auto-avaliação, a maioria dos alunos opinam que este método de avaliação lhes permite assimilar melhor os conteúdos abordados, detectar melhor as suas dificuldades e até ultrapassar melhor as suas dificuldades do que com a realização do teste convencional. Destaca-se, contudo, a existência de um grupo pouco significativo de alunos que aparenta ter dúvidas acerca das potencialidades deste método avaliativo, uma vez que, se absteve de emitir opinião em várias questões.

Reflexão Sobre a Implementação da Webquest - na opinião dos alunos

Foi dirigido aos alunos do 8.º B um questionário sobre a implementação da Webquest "Outros Povos, Outras Culturas" na sala de aula. Os referidos questionários foram alvo de um tratamento estatístico e gráfico. Eis as principais conclusões:

- os items que os alunos apontaram como mais importantes/relevantes na realização desta webquest (2 opcções):

- Quanto aos aspectos que mais se destacaram na realização desta webquest, a maioria dos alunos passou a perceber melhor o tema “Diversidade Cultural”, mais concretamente, o povo/civilização estudada.

- A maioria dos alunos da turma foi da opinião de que a webquest realizada se encontrava bem organizada, sobretudo o processo, que consideraram conter todos os passos necessários à realização do trabalho; consideraram os recursos disponibilizados interessantes e ricos em informação. A conclusão acharam-na motivadora para a exploração de outros temas.

- Com a realização desta webquest os alunos ficaram com vontade de realizar mais actividades de pesquisa orientada na web. De salientar que poucos alunos referiram ter ficado com vontade de conhecer mais sobre o tema ou a civilização estudada, o que pode significar que o estudo realizado tenha satisfeito de forma efectiva a sua curiosidade.


- Quando confrontados com a comparação entre este método de avaliação e o teste tradicional, a maioria dos alunos não hesitou em considerá-lo mais fácil que o teste tradicional, achando-o igualmente mais motivante.

- No que concerne à auto-avaliação, os alunos opinam que este método de avaliação lhes permite assimilar melhor os conteúdos abordados e detectar melhor as suas dificuldades do que com a realização do teste convencional.

Exemplos de uma Boa Prática...

Aqui fica espelhado neste slideshow uma pequena amostra da exposição dos trabalhos realizados pelos alunos do 8º ano, no âmbito da aplicação da Webquest "Outros Povos, Outras Culturas", desenvolvida no decorrer desta acção de formação.
A temática versou a "Diversidade Cultural no Mundo" abordada na disciplina de Geografia. Os alunos realizaram na 2ª parte da webquest um conjunto de trabalhos que procuravam mostrar à comunidade escolar a forma como vivem diferentes culturas, espalhadas um pouco por todo o mundo.
Os referidos trabalhos encontraram-se expostos na Biblioteca Escolar no decorrer dos meses de Maio e Junho e foram sobejamente elogiados por todos quantos por lá passaram.


domingo, 18 de julho de 2010

Instrumentos Desenvolvidos no âmbito da Acção de Formação

1 - Webquest "Outros Povos, Outras Culturas"

Clicar para aceder à Webquest

Esta Webquest foi implementada na sua totalidade apenas na turma B do 8º ano que é constituída por 18 alunos.
A temática insere-se no conteúdo “Diversidade Cultural” do programa de Geografia de 8º ano. A actividade foi desenvolvida em interdisciplinaridade com a disciplina de História, tendo sido planificada para 5 aulas de 90 minutos, por ser uma webquest de longa duração. Foi elaborada tendo por base as etapas consideradas neste tipo de documento (Introdução, Tarefa, Processo, Recursos, Avaliação e Conclusão).


Esta Webquest apresenta uma introdução onde procurei remeter para conteúdos anteriormente adquiridos pelos alunos, nomeadamente sobre as civilizações clássicas, temática abordada na disciplina de História e sobre os vazios humanos, já leccionado nas aulas de Geografia.
Na tarefa proposta e no processo a desenvolver, procurei dar as indicações o mais claramente possível, de forma a que não restassem dúvidas sobre os objectivos do trabalho, sobretudo porque este se subdividia em duas fases.

Procurei igualmente fornecer toda uma série de recursos que se traduziram em links relevantes para a selecção de informação pertinente, previamente visitados e estudados por mim. Desta forma, os recursos indicados, tiveram em conta dois objectivos fulcrais: seleccionar e tratar a informação mais relevante sobre o tema , adquirir métodos de pesquisa, o mais autonomamente possível, com recurso às TIC, uma vez que também é esta uma das competências a atingir na disciplina de Geografia: Adquirir métodos e técnicas de trabalho individual e em grupo que contribuam para a construção das aprendizagens com recurso às novas tecnologias da informação e comunicação.


Ao nível da avaliação, tentei sistematizar a partir de uma tabela, os instrumentos de avaliação do trabalho em questão, cujo peso ou percentagem foi previamente negociada com os alunos. Neste aspecto, considero que deveria ter dado uma maior participação aos alunos aquando da definição dos items a avaliar, incluindo-os mais neste processo avaliativo, por forma a responsabilizá-los mais no seu cumprimento e, ao mesmo tempo, valorizando as suas opiniões, facto para o qual não estão habituados.
Na conclusão, procurei sintetizar o trabalho realizado e simultaneamente incentivar a reflexão sobre outros aspectos relacionados com esta temática tão vasta que é a diversidade cultural.

Após a implementação deste instrumento, que os alunos experimentaram pela primeira vez, considero que conseguiram, para além de recolher e tratar informação, aperfeiçoar os seus métodos de pesquisa na Internet, uma vez que, esta foi orientada.

Através deste recurso, os alunos conseguem desenvolver estratégias que lhe vão permitindo a aquisição de saberes, vão desenvolvendo a sua curiosidade científica acerca das temáticas em estudo, vão enfrentando novos desafios e vão ganhando cada vez mais capacidade de resposta a problemas do seu quotidiano.


2 - Visita Virtual a Paris

Clicar para aceder à Visita Virtual


Na área da disciplina que lecciono - Geografia - são muitas e diversificadas as visitas de estudo ou saídas de campo que se podem realizar. Acontece que, por vezes, a distância dos locais a visitar, a preocupação em cumprir os conteúdos programáticos, já de si tão extensos, a parte económica ou outras razões impedem que as realizemos.


Todos os docentes conhecem as vantagens de uma saída de campo ou visita de estudo bem organizada. Contactar directamente com os fenómenos e acontecimentos reais que são explorados na sala de aula permite-lhes aplicar os conhecimentos teóricos e, sem dúvida, compreendê-los melhor. A verdade é que é inquestionável que as imagens valem mais do que mil palavras!


Por essa razão, achei de grande interesse as viagens virtuais que podem ser utilizadas como estratégias de trabalho orientado na web substituindo visitas reais quando não há possibilidade de as realizar, ou então, preparar as visitas de estudo antes de as realizar, permitindo aos alunos um contacto prévio e abordando e explorando conteúdos que posteriormente serão conhecidos na realidade. A ideia de desenvolver este instrumento partiu da necessidade de contextualizar/preparar a viagem que os alunos viriam a realizar a Paris, até mesmo porque o tempo destinado a esta viagem era apenas de 5 dias.

Assim, esta visita virtual foi implementada na sua totalidade apenas nas turmas A e B do 9º ano que são constituídas por 18 alunos e a 2 alunos do 9º C que iriam à viagem a Paris; No total, realizaram a actividade 37 alunos, em virtude de 1 ter faltado à aula;

Foi inicialmente planificada para 1 aula de 90 minutos, por considerar que tratando-se de alunos de 9º ano, seriam mais autónomos na realização das tarefas e teriam maior dominio das TIC. Contudo, dado o interesse que a actividade suscitou nos alunos, houve necessidade de ajustá-la por forma a ser desenvolvida em mais um bloco de 90 minutos.

Optei, então, por criar um roteiro com sites, vídeos, fotografias previamente seleccionados, onde os alunos poderiam obter toda a informação necessária acerca dos locais que iriam visitar em Paris. Consegui a partir da implementação deste instrumento desenvolver nos alunos competências e adquirir conhecimentos quer no domínio científico das disciplinas de Geografia, Francês e História, quer no domínio das TIC, quer no que respeita à selecção, análise e síntese de informação.

Os alunos desenvolveram a sua pesquisa autonomamente e ao seu próprio ritmo tendo como finalidade última o preenchimento de um Guião sobre alguns dos aspectos observados na visita virtual.

3 - Diário de Bordo em forma de Blog (Clicar para aceder ao Blog)


O diário de bordo é um meio de os alunos registarem as suas actividades, reflexões, os seus comentários sobre o modo como o trabalho que desenvolvem em grupo ou individualmente se processa. É uma forma privilegiada de o seu autor descrever e reflectir sobre os problemas que vão surgindo, os obstáculos que decorrem do desenvolvimento do trabalho e da forma de os superar. O registo escrito permite criar o hábito de pensar as práticas, de se pensar a própria aprendizagem.

Por todas estas razões decidi construir com os alunos do 9º ano um Blog "5 Jours à Paris", que funcionou como diário de bordo, onde os alunos puderam previamente relatar as suas expectativas em relação à viagem a Paris e posteriormente transmitir as sensações de ter estado numa das cidades mais fantásticas do mundo.

As vantagens do diário de bordo são várias, o que justificou a sua utilização neste projecto que desenvolvi com os meus alunos. É um instrumento que vai testemunhando as actividades que o aluno vai desenvolvendo, organiza as suas reflexões pessoais sobre o seu trabalho; ajuda o aluno a fazer a sua auto-avaliação ao longo do desenvolvimento do projecto; promove hábitos de reflexão crítica e de escrita e dá ao professor uma perspectiva do trabalho que o aluno vai desenvolvendo, da sua aprendizagem, tornando-o um bom instrumento de avaliação.

Pelas razões evocadas, considero que esta ferramenta se revelou deveras muito útil e teve uma enorme adesão por parte dos alunos, que se sentiram porventura, muitos deles, autores de algo.

A Indecisão na Escolha do Instrumento a construir!

No âmbito desta acção de formação foi-nos solicitada a construção de um instrumento de avaliação com recurso às TIC. A minha escolha foi desde logo a Visita Virtual.
As razões são fáceis de evocar: em 1º lugar porque no decorrer deste ano lectivo iria levar a cabo uma Visita de Estudo a Paris para os alunos do 9º ano e, como tal, sería uma forma agradável e enriquecedora de preparar a referida viagem. Por outro lado, como existia um número significativo de alunos que não íriam, sería também uma forma de lhes proporcionar, ainda que virtualmente, uma viagem a esta magnífica cidade.
Claro está que tive igualmente receio de que a realização desta visita virtual em contexto de sala de aula viesse, de alguma forma, quebrar o encantamento da viagem. Mas, ainda assim, estava disposta a arriscar!
De súbito, pensei "mas que utilidade darei posteriormente a este recurso?" aí a dúvida instalou-se em mim. Melhor sería optar por desenvolver um instrumento que fosse de encontro com os conteúdos programáticos da disciplina e que, desta feita, pudésse ser reutilizável em anos posteriores. Foi então que resolvi optar pela construção de uma webquest alusiva à temática que íria abordar no 8º ano "Diversidade Cultural".
No entanto, terminada a webquest decidi, apesar do pouco tempo que dispunha, construir a visita virtual a Paris, que me proporcionou uma satisfação incalculável, porque afinal de contas, era mesmo aquilo que eu havia idealizado desde o primeiro momento.
Em paralelo à visita virtual e dado o entusiasmo dos alunos, decidi construir com eles um Blog, como diário de bordo, daquela que viria a ser a viagem dos sonhos de todos eles!
Sendo o blog uma ferramenta que eu já domino consideravelmente, foi fácil desenvolvê-la e implementá-la. Os alunos, estavam já habituados a participar no blog da disciplina de Geografia e da Biblioteca, dos quais sou administradora, tive, no entanto, que ajudá-los e orientá-los no âmbito da publicação, uma vez que, neste blog eram eles os autores, condição à qual eles não estavam acostumados.
Devo dizer que, apesar da hesitação inicial, não me arrependo de ter desenvolvido os três instrumentos, já que, deles consegui obter frutos importantes: o meu crescimento enquanto profissional, pois aprendi a construir instrumentos outrora desconhecidos. Por outro lado, recebi a satisfação dos alunos, também eles principiantes nestes domínios, que se sentiram capazes de trabalhar e realizar as tarefas propostas livremente e ao seu próprio ritmo. Considero que devo sentir-me feliz por isso, enquanto docente, pois já dizia Einstein "A tarefa essencial do professor é despertar no aluno a alegria de trabalhar e conhecer" e eu julgo tê-lo conseguido.

sábado, 17 de julho de 2010

Estratégias de Trabalho Orientado na Web

É inquestionável que a Internet apresenta, nos dias de hoje, um potencial importante na ajuda que fornece aos alunos no sentido da responsabilidade pessoal com seu próprio ritmo de aprendizagem, expandindo os seus horizontes, aprendendo a comunicar, a colaborar e, de facto,a aprender.
Torna-se contudo importante reconhecer que se, por um lado, a internet tem como grande potencialidade o grande manancial de informação disponível, ela representa também um manancial de dificuldades para o aluno, se este não for devidamente orientado pelo professor. Sem uma definição clara de objectivos e tarefas a desenvolver, os alunos ficarão sem rumo sobrecarregados com a imensa quantidade de informações disponível. Cabe, então, ao professor orientar os seus alunos a "navegar" de uma forma sistemática, ajudando-os a aferir com rigor a qualidade da informação e a identificar com clareza os objectivos da sua pesquisa.
No fundo a função do professor redefine-se: mais do que ensinar, ele deve fazer aprender. Deve conduzir os seus alunos na construção da sua própria aprendizagem. Por outras palavras, o professor planifica e elabora a estrutura daquilo que pretende que o aluno aprenda, propondo tarefas. O papel do professor é de acompanhar cada aluno, incentivá-lo, esclarecer as suas dúvidas, divulgar as melhores descobertas.
São vários os instrumentos a desenvolver/implementar com os alunos no âmbito do trabalho orientado na Web: caças ao tesouro, visitas virtuais, webquests, blog's, etc.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Avaliação Electrónica/Plano Tecnológico da Educação


Antes de mais, a avaliação electrónica é um conceito que nada tem a ver com a concepção que, frequentemente se tenta incutir-lhe. O Plano Tecnológico da Educação (PTE) define-a como sendo a "Utilização de meios informáticos na avaliação escolar (testes de diagnóstico, de avaliação, exercícios, etc.)" .
Esta concepção constitui uma visão reduccionista, um modelo tradicional e muito limitativo, onde não há construção de aprendizagens por parte dos alunos. No fundo, simplifica a aplicação generalizada de provas e critérios de avaliação e permite o fácil acompanhamento estatístico dos resultados. No entanto, é mais do mesmo! Ou seja, aplica-se as mesmas concepções recorrendo aos meios informáticos que temos ao nosso dispor.
Senão vejamos um dos principais pressupostos do PTE:
- "O Plano Tecnológico da Educação constitui-se como um poderoso meio para atingir uma meta fundamental: a melhoria do desempenho escolar dos alunos, garantindo a igualdade de oportunidades no acesso aos equipamentos". Ora, será que a melhoria do desempenho escolar dos nossos alunos passa apenas pela igualdade no acesso aos equipamentos informáticos? Ninguém questiona que este factor é importante, mas nunca condição única para o sucesso educativo. Devemos, isso sim, aproveitar este factor para diversificar mais as nossas práticas pedagógicas e, desta forma, promover a utilização de novos instrumentos de avaliação dos nossos alunos. Instrumentos esses, que permitam ao aluno desenvolver o seu conhecimento de uma forma autónoma, adquirir habilidades e valores, analisar problemas propondo soluções, entre outros.
Numa das sessões desta formação, este assunto foi largamente discutido por todos nós. Tentamos estabelecer qual a relação entre o PTE e a proposta de Jonassen (2007) – computadores como ferramentas cognitivas? Concluimos, então, que tal como defende este autor,os computadores enquanto ferramentas ampliam as nossas competências cognitivas. Neste aspecto, encontramos consonância entre Jonassen e o Plano Tecnológico da Educação, pois em ambos nos deparamos com a defesa do uso das TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação, nas nossas escolas.
Sabemos que hoje, em quase todas as escolas, para não arriscar e dizer que em todas elas, encontramos salas equipadas com computadores, estes com acesso à Internet de Banda Larga e que estas ferramentas são equipamentos fulcrais no nosso quotidiano, enquanto alunos e professores.
Mas de que servem as ferramentas se não as soubermos “usar”? se não soubermos tirar o devido partido delas?
É necessário que estas tecnologias e ferramentas que nos são disponibilizadas facilitem o desenvolvimento de um pensamento crítico, que por sua vez levem a uma aprendizagem significativa, isto é, a uma aprendizagem activa, construtiva, intencional e autêntica.
Para conseguirmos atingir este objectivo devemos começar por formar os professores para que estes saibam como construir ferramentas que vão de encontro a uma aprendizagem significativa. Para que possam ensinar aos alunos a utilizar conscientemente estas ferramentas, para que, tal como acontece nos dias de hoje, não pensem que a Internet serve para “sacar” jogos, música e filmes, mas para algo mais grandioso como a interacção de diferentes conhecimentos.
No fundo, devemos reconhecer a existência de duas concepções distintas de avaliação electrónica: por uma lado, uma avaliação das aprendizagens on-line e, por outro, uma avaliação on-line das aprendizagens.
Enquanto que na primeira, estamos perante um modelo socio-construtivista da avaliação, que permite um acompanhamento dos processos de aprendizagem dos alunos, diversificar momentos, fontes e instrumentos de avaliação, conduzindo inevitavelmente a uma auto-regulação e avaliação formativa; na segunda, tal como já referi, estamos perante um modelo tradicionalista, onde as concepções são as mesmas, apenas se diversifica a metodologia.
O potencial pedagógico da avaliação electrónica é muito vasto. Destaco po exemplo, a "Extensão virtual da sala de aula presencial” (Gomes, 2005), que como se perceberá posteriormente, se revelou um factor importantíssimo num dos instrumentos que desenvolvi e implementei - a visita virtual a Paris.
Concluo que efectivamente já trabalhava com recurso a este tipo de avaliação, por exemplo, na dinamização de blog's relacionados com a disciplina que lecciono - Geografia. No entanto, aprendi que são muitos e diversificados os instrumentos que podemos construir ou utilizar na sala de aula e que, quando bem implementados, com uma clara definição de objectivos, podem revelar-se uma outra forma de encarar o ensino e, consequentemente, uma nova forma de avaliar as aprendizagens dos nossos alunos.

Porquê dar continuidade a este Portfólio?


Lancei a proposta à minha formadora (Profª Sandra Cardoso) para dar continuidade a este portfólio iniciado no âmbito da parte I desta acção de formação por várias razões. Em primeiro lugar, como uma forma de dar sequência e estabelecer um paralelismo entre as duas partes da acção de formação que, no fundo, se complementam.
Depois, porque considero que tratando-se de uma acção de formação, onde a temática é "Avaliação electrónica", faria todo o sentido recorrer a um recurso multimédia, onde podemos colocar todo tipo de documentos, mas também fotos, PowerPoint, vídeos, link's, etc.

Outra das razões reside no facto de considerar este instrumento uma mais-valia no sentido em que não é um amontoado de papel que depois de lido serve para engrossar um determinado arquivo, é mais do que isso, pois é algo vivo, dinâmico, não só porque permite um registo sistemático, mas também porque é um instrumento que se consulta sempre, que é objecto de reflexão permanente, de análise e de avaliação contínuas.

Assim, considero o Portfolio uma estratégia, um diário de aprendizagem onde vou poder registar constantemente uma seleção de amostras do trabalho que desenvolvi, as dúvidas que ainda me preocupam sobre esta temática tão complexa que é a avaliação, bem como as minhas conquistas.
Farei, então, uma reflexão pessoal sobre o meu desempenho nesta acção de formação.

INTRODUÇÃO

Ao inscrever-me na parte II desta acção de formação, fi-lo com a convicção firme de que este seria mais um importante passo nesta minha aprendizagem e caminhada profissional. Sim, porque um professor deve procurar incansávelmente melhorar, aperfeiçoar e modernizar as suas práticas pedagógicas.
Na parte I desta acção de formação, consegui reflectir e reformular algumas das minhas "falsas" concepções no domínio da avaliação e auto-avaliação dos alunos. Os conhecimentos lá adquiridos e a troca de experiências que vivi, representam, neste momento, uma linha de orientação, que muito tem contribuido e irá continuar a contribuir para uma melhor análise, avaliação, coordenação e orientação das minhas práticas lectivas. Simultâneamente, aprendi que a avaliação deve ser sempre contínua e sistemática.
A parte II desta acção de formação versou sobretudo sobre as potencialidades da introdução da avaliação electrónica na sala de aula e posteriormente sobre a construção de instrumentos que permitissem tornar a aprendizagem mais significativa e conduzir os alunos à construção do seu próprio conhecimento.