domingo, 5 de julho de 2009

A Auto-Avaliação

Apesar da Lei n.º 31 que aprova o sistema de avaliação da educação e do ensino não superior, publicada a 2 de Dezembro 2002, afirmar que a “auto-avaliação tem carácter obrigatório, desenvolve-se em permanência e conta com o apoio da administração educativa”, considero que o seu efeito em muitas escolas é fraco ou mesmo inexistente.
Considero ainda que a auto-avaliação não se resume apenas à simples questão formulada ao aluno no final de cada período “então … qual a nota que achas que mereces?”. Não. Esta é apenas uma fase reducionista e mais uma vez conotativa da avaliação.
Neste módulo da formação abordada pela formadora Isabel Lézon, passei a compreender qual o verdadeiro significado da auto-avaliação. Passei a encarar esta fase da avaliação dos alunos como uma etapa importantíssima, porque percebi que os alunos devem ser ensinados a compreender e utilizar os recursos pessoais que lhes permitem reflectir sobre as suas acções, exercer um maior controlo sobre os seus próprios processos de aprendizagem e reforçar as suas competências para aprender; e que os professores, por sua vez, devem saber estimular nos seus alunos uma utilização mais competente, eficaz e motivada dos processos de aprendizagem e dos meios tecnológicos e culturais a que podem ter acesso.
A auto-avaliação deve estar presente em vários momentos de cada ano lectivo e não apenas no final de cada período, uma vez que é o acto de julgar o próprio desempenho do aluno e do professor. O educador deve igualmente auto-avaliar-se, revendo as metodologias utilizadas na sua prática pedagógica.
Considero também pertinente que seja feita a auto-avaliação do aluno para com o professor, que deve servir como um momento de reflexão sobre a relação e interacção entre educando e educador. Portanto, o professor deve utilizar instrumentos avaliativos vinculados à necessidade de dinamizar, problematizar e reflectir sobre toda a acção educativa.
Devido à escassez de tempo, não me foi possível melhorar/reformular os instrumentos utilizo para auto-avaliação dos meus alunos na perspectiva que aqui defendo fica, no entanto a promessa que o farei futuramente.
Em jeito de conclusão devo dizer que, nas escolas portuguesas não há uma cultura de auto-avaliação. É necessário preparar os docentes para esta prática cheia de potencialidades quer para o alunos, quer para o professor e até mesmo para a própria escola.
Apesar da auto-avaliação ser objecto de algumas resistências, não devemos desistir de continuar a perseguir este objectivo, uma vez que, nela reside parte do sucesso dos nossos alunos. Ainda assim, considero que a este nível há ainda muito caminho para percorrer…

Sem comentários:

Enviar um comentário