segunda-feira, 6 de julho de 2009

Reflexão Crítica Final

Partilho de seguida a minha reflexão crítica sobre a acção de Formação “Avaliação das Aprendizagens dos Alunos”, ministrada pelas formadoras Sandra Cardoso, Isabel Lézon e Rosa Carvalho.
Em primeiro lugar, apraz-me dizer que me inscrevi nesta acção de formação pela necessidade de cumprir 50 h de avaliação para este biénio. Depois, porque considero que aquilo que nos move (a nós professores) para realizar acções de formação, para além do factor que evoquei anteriormente, é a expectativa de que esta venha a contribuir positivamente para as nossas práticas pedagógicas e também pela possibilidade de constituir um espaço de partilha de experiências. Acontece que tais expectativas saem quase sempre frustradas, já que, a maioria das acções que frequentamos mais não são do que um debitar de informação teórica, que carece de operacionalização e da qual todos nós já estamos fartos.
Devo dizer que após a minha inscrição pensei seriamente nas horas a fio que teria de passar a frequentar esta acção de formação, realizada em período pós-laboral, logo num horário que deveria estar a dedicar à minha família e pus em questão se esta viria a ser igual a tantas outras, com as quais nada aprendi.
Depois, a questão do tema! Avaliação…
A avaliação tem sido assunto de amplo debate nos meios educacionais, mas cada um conceitua e interpreta esse termo com significados distintos. Sem dúvida, cada um age em nome de uma avaliação de qualidade e defenderá que a sua é uma boa avaliação. Eu, devo dizer que não fugia à regra…portanto, pensei, o que é que eu vou aprender?
Agora, momento no qual reflicto sobre a participação nesta acção, tenho a humildade de assumir que muitos dos conceitos e experiências aqui debatidas se revelaram desafios e questões novas para mim.
Avaliar nunca foi, nem será uma tarefa fácil, mas faço minhas as palavras de Hoffmann (2000), quando diz que “… avaliar é dinamizar oportunidades de acção- reflexão, num acompanhamento permanente do professor e este deve propiciar ao aluno no seu processo de aprendizagem, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos livres e participativos na construção de verdades formuladas e reformuladas”(…). Se avaliar é sinónimo de melhorar, esta melhoria refere-se ao aluno, ao currículo, ao professor e, em definitivo...à ESCOLA.
Esta formação veio de alguma forma alimentar o meu humilde conhecimento na área da Pedagogia numa visão educativa e formativa como espaço de transformação e Inovação. Representa, neste momento, uma linha de orientação, que contribuiu e irá contribuir para uma melhor análise, avaliação, coordenação e orientação das minhas práticas lectivas.
Esta formação permitiu-me também reflectir que um professor deve ser: bom comunicador, observador, reflexivo, humilde, bom ouvinte, paciente, inovador, etc. Provavelmente, serão muito poucos professores que apresentam todas estas características. Na verdade, o ser humano não é perfeito nem o professor é um ser detentor de todo o saber, contudo, considero que a pior atitude da parte de um professor não implica não possuir algumas das características atrás mencionadas, mas sim assumir que ele é o único detentor da verdade.
Considero também que cabe ao professore criar desafios, incentivar o raciocínio dos seus alunos, fazê-los interessar pelo estudo e incutir a acumulação de novos conhecimentos. Tal como diz o provérbio chinês “Se deres um peixe a um homem, ele alimentar-se-á uma vez; se o ensinares a pescar, alimentar-se-á durante toda a vida”.
Um outro factor que também aprendi e que é deveras relevante é a forma como avaliamos os nossos alunos. A tendência, quando avaliamos é dar ênfase àquelas competências que o aluno ainda não adquiriu ou a aspectos em que o aluno falhou. Temos de aprender a dar valor aos nossos alunos, não julgá-los constantemente incutindo neles a frustração, a falta de auto-estima, o desânimo face à aprendizagem. Devemos sim, tentar compreende-los, contornar o problema, encorajá-los e jamais desistir de apoiá-los.
Tal como diz Joseph Joubert, escritor francês “As crianças têm mais necessidade de modelos do que de críticas” ou o escritor alemão von Goethe “Corrigir, ajuda; encorajar, ajuda ainda mais” ou até mesmo de Geraldo Eustáquio: “Tentar e falhar é pelo menos aprender. Não chegar a tentar é sofrer a inestimável perda do que poderia ter sido”.
Na verdade, considero que não existem de facto erros, apenas lições. O crescimento é um processo de tentativas e erros e só experimentando é que realmente aprendemos. As experiências que poderão não dar certo fazem parte do processo de aprendizagem tal como as bem sucedidas.
Acrescente-se que, com esta opinião que agora aqui defendo, não quero dizer que tudo dependa do professor, de maneira alguma! De facto nem sempre o professor encontra do outro lado alunos que estejam em sintonia com as suas visões e anseios. Tenho plena consciência que, de facto existem muitas mentalidades que precisam de ser esculpidas de forma a melhorar a aquisição de conhecimentos. O professor não é o salva vidas da educação, cabe também ao próprio aluno investir no seu Eu, na avaliação do seu próprio conhecimento (auto-conhecimento), processo esse que o ajudará na forma como futuramente enfrentará situações problemáticas da sua vida, não só a nível de aplicação de conhecimentos que foram apreendidos mas também na construção da sua própria personalidade. Apenas considero que o professor assume um papel preponderante na forma como encara o processo de ensino aprendizagem, nos instrumentos que utiliza, na forma como avalia e na forma como deixa transparecer essa avaliação.
Em jeito de conclusão, considero que os objectivos inicialmente previstos foram atingidos ao longo desta formação graças à larga experiência das formadoras, que souberam da forma mais sábia e eloquente motivar-nos para esta temática e colocar-nos a partilhar experiências e opiniões. Os momentos de reflexão, debate e troca de experiências foram, por isso, uma constante e, no entanto, souberam a pouco …

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