sábado, 4 de julho de 2009

Evidências de Avaliação


1. Construção de materiais

Esclarecidos e clarificados que estavam alguns conceitos, tinha chegado a altura de passar à prática, não sem antes partilharmos no grupo os nossos instrumentos utilizados, bem como as nossas experiências relativas à sua operacionalização.
Na minha prática docente, sempre tive a necessidade de me servir de registos de avaliação dos meus alunos. No entanto, estes instrumentos não incluíam uma avaliação coerente e sistemática das competências da disciplina, uma vez que, pensava eu erradamente, estas já eram objecto de avaliação nos testes. Daqui surgiu a necessidade de elaborar grelhas que me permitissem aferir as competências da Geografia ao nível do 3º ciclo (saber e saber-fazer) sem, no entanto, descurar o aspecto atitudinal.
Seguidamente, agrupados por grupos disciplinares (onde tive como parceira a minha colega de curso, amiga pessoal e também comadre - Sara Pitães - com quem trabalho muito bem), começamos a reflectir sobre alguns dos aspectos a ter em conta, tais como, as competências essenciais de ciclo de Geografia, as decisões emanadas pelo Conselho Pedagógico da escola, bem como as decisões tomadas no Departamento ou no seio do grupo disciplinar, nomeadamente no tocante ao peso ou percentagem a atribuir às várias vertentes do ensino-aprendizagem (saber, saber-fazer e saber-ser).
Por sugestão da formadora, Sandra Cardoso, começamos então por fazer uma leitura atenta às orientações programáticas de Geografia do 3º ciclo, constatamos que teríamos de contemplar três competências específicas: “Localização”; “Conhecimento dos lugares e regiões” e “Dinamismo das inter-relações entre espaços”. Decidimos, posteriormente, subdividi-las noutros parâmetros observáveis (como se pode observar na respectiva grelha), por forma a facilitar a sua operacionalização em contexto sala de aula. Começamos por elaborar a grelha final, com todos os parâmetros a avaliar quer no domínio do saber/saber-fazer, ao qual atribuímos um peso de 85%, conforme o estipulado em Departamento, quer no domínio do saber-ser, ao qual atribuímos os restantes 15%.
No tocante ao saber-ser, constatamos que, tal como a formadora já nos havia adiantado, tem um peso muito insignificante (15%) e tivemos sérias dificuldades em distribuir essa escassa percentagem pelos inúmeros parâmetros que pretendíamos ver contemplados, tendo mesmo chegado ao ponto de abdicar de alguns deles. Futuramente, seria caso de renegociar o peso destas componentes para a avaliação dos nossos alunos, uma vez que, tal vai contra tudo aquilo que eu aprendi nesta acção de formação e que já tive oportunidade de adiantar neste portfólio. A escola dos nossos dias tem de preparar cidadãos conscientes que aprendam a ver criticamente o mundo em que vivem. Não se pretende formar cidadãos inconscientes e que apenas conseguem debitar conteúdos irreflectidos, mas sim memorizados.
Da grelha final, partimos para a construção de grelhas parciais ou de observação directa. Construímos, então, uma grelha de observação do domínio do saber/saber-fazer e outra para o domínio do saber-ser.
Senti ainda necessidade de aperfeiçoar grelhas que já usava, como é o caso da grelha de registo de trabalhos de casa ou de avaliação de trabalhos práticos. Contudo, a grelha que deu azo a maiores alterações foi sem dúvida a grelha de avaliação das fichas de avaliação. Trata-se de uma grelha na qual decidi introduzir umas modalidades estatísticas que me vieram permitir, por um lado, verificar em qual três competências da disciplina o aluno mais falhou, permitindo-me posteriormente o reforço dessas mesmas competências deficitárias. Por outro, permite aferir qual o domínio (conhecimentos, interpretação ou desenvolvimento) em que o aluno revelou mais dificuldades, permitindo como no caso anterior uma adopção de estratégias de superação. Saliente-se assim, que esta grelha passa a versar duas partes importantíssimas da avaliação que são as suas vertentes diagnóstica e formativa.

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